quarta-feira, 25 de julho de 2012

A visão é turva

Sonho com uma igreja onde o discipulado não seja visto essencialmente como um método de fazer crescer numericamente. Onde não sejam estabelecidas metas e cronogramas de crescimento e multiplicação, como fazem os gerentes de marketing das grandes corporações comerciais.
No Evangelho de Mateus, capítulo 10, quando Jesus enviou seus discípulos pelas cidades para pregar, ele não disse nada sobre quantidade ou taxa de sucesso. Não estabeleceu nenhuma estratégia de abordagem, a não ser a de quando entrassem em alguma casa, declarar: "paz sobre esta casa!", e se houvesse algum filho da Paz ali, ela repousaria sobre a pessoa. Jesus não fez grandes campanhas publicitárias, não disse nada para agradar as pessoas simplesmente com a intenção de atraí-las. Embora Jesus curasse muita gente e expulsasse demônios, não fazia propaganda disso. Ele apenas disse que era para anunciar a chegada do Reino de Deus e que haveria lugares que receberiam a Palavra e outros não. Simples assim.
O discipulado aprendido com Jesus e os apóstolos por todo o Novo Testamento não tem seu foco ou ênfase na multiplicação do número de pessoas alcançadas, mas no ensino da Palavra. As "células", ou reuniões nas casas, aconteciam na igreja primitiva com a finalidade de promover profunda comunhão e aprendizado prático entre a irmandade. Sim, eram uma grande família. Estavam mais para grupos de convivência do que simples reuniões de estudo superficial do texto bíblico e chá com biscoito. Tudo lhes era comum, inclusive as necessidades que alguns passavam. As ofertas eram recolhidas não para comprar terrenos, construir templos ou bancar a vida luxuosa dos líderes, mas para suprir as carências que os irmãos mais pobres tinham.
Muitos sinais e prodígios eram feitos pelos apóstolos, mas nem os milagres físicos eram tão prodigiosos quanto o amor vivido e proclamado naqueles dias pelos discípulos de Jesus, de forma contínua e verdadeira. Havia profundo temor no coração de todos, era um só o sentimento de comunhão e o Senhor acrescentava, todos os dias, os que iam sendo salvos.
Não tenho nada contra o crescimento numérico. É claro que eu quero que o Evangelho alcance muitas pessoas; se possível, todos os que estão a minha volta. Mas nem sempre os números frios sintetizam realidades espirituais muito para além das estatísticas. O problema é quando se faz do crescimento um deus e aí passa a valer qualquer estratégia, qualquer método e desculpa para atrair as pessoas. O foco passa de pregar o que É certo para pregar o que certo.
Vejo muitas igrejas cheias, lotadas de gente vazia, escravizadas por seus próprios interesses e desejos mesquinhos. Crentes não em Deus, mas no milagre prometido que às vezes demora para chegar, nas correntes infinitas de orações e sacrifícios pessoais.
São lugares onde as reuniões de oração agora são chamadas de campanha e têm, em alguns casos, sete dias ou sete semanas para fazer acontecer o milagre. Quem decreta o milagre não é Deus, mas o "homem de Deus", emocionado e eufórico. E "Deus" fica como que "obrigado" a realizar o que pedem através do ato profético e do sacrifício deixado no altar.
Nesses lugares, quem chega, e vai sendo chamado de discípulo, vai aprendendo a arte do proselitismo religioso/denominacional. São transformados em corretores da fé na plaquinha da igreja, o que é muito diferente da consciência de um só corpo e um só batismo pregado pelo apóstolo Paulo. Este modelo de igreja exige muito entretenimento, muita mudança exterior e asséptica, muito falso moralismo, mas que pouco tem a ver com as mudanças mais profundas  até alcançar a mente de Cristo.
Será este o fim? Infelizmente, para este modelo de "igreja mercado", não vejo um futuro diferente. Queria estar errado, mas este modelo vai crescer muito ainda e se alastrar porque há uma demanda e um propósito para isso. A intenção é transmitir uma falsa sensação de conversão, sem compromisso real com a Palavra. As pessoas são carentes deste misticismo, e quando ele é feito em nome de "Jesus", parece que ganha validade. Suas mentes estão cauterizadas. São cegos guiando cegos. Pensam estar agindo em nome de Deus, mas o que é adorado nestes lugares é o poder dos seus próprios líderes.
Entretanto, a verdadeira igreja é de Deus. É invisível. Não tem fronteiras. As portas do inferno não prevalecem contra ela. Os discípulos de Jesus são identificados não pelo nome no letreiro de suas comunidades, mas pelo amor vivido e praticado visceralmente. O Evangelho não fica só no discurso, mas é ensinado e pregado com a própria vida, mesmo que seja preciso perdê-la.
A santidade ensinada não é externa, mas faz sentido e morada na vida, na caminhada dia após dia, mudando o caráter verdadeiramente. O compromisso com o outro não é o tapinha nas costas de quem diz: "estamos juntos", mas não se envolve até as últimas consequências. Este discipulado não acontece somente entre os que estão debaixo de uma "cobertura espiritual", não acontece somente na "célula", entre um grupo restrito ou em uma hora delimitada. O encontro com Deus não está marcado para um lugar isolado do mundo exterior. O Peniel de verdade é o Evangelho praticado na rua, no trabalho, na família e também fora da igreja.
O verdadeiro discipulado se aprende espiritualmente e não emotivamente. O fruto deste ensino até pode vir de forma numérica também, mas vem essencialmente na mudança provocada na vida dos discípulos.
O Deus que disse: "vá e faça discípulos de todas as nações" te abençoe rica, poderosa e sobrenaturalmente!
fonte:  http://www.ovelhamagra.blogspot.com.br/2012/07/visao-e-turva.html

4 comentários:

  1. Bom Dia amigo! como disse quero te ajudar.Lendo seus textos, cada dia mais me coloco firme no que o Espirito Santo me Orienta a dizer: Você diz que é algo de Deus quando o profeta fala algo que lhe apraz, pelo que vejo, você é uma pessoa que não está preparada e nem tão pouco convertida, noto que você deve ter recebido uma negativa de seus líderes e agora desconta na igreja em geral, felizmente tenho que concordar com seu comentário, muitas igrejas estão crescendo como um comercio, mas como você mesmo disse a verdadeira conversão não veio. E ela ainda não chegou ao seu coração! Amigo, pare de querer fazer o que você quer, isso não é de Deus, você tem que ser mais manso e esperar o tempo de Deus, se queres tanto ir, espere o momento certo que Deus vai fazer acontecer, agindo assim você estará guiando outros ao fracasso e a uma vida de traumas passados e derrotas, como você disse: "um cego guiando outro cego" espere em Deus confie nEle e o mais Ele fará. Quer ser sábio? O que ama a correção ama o conhecimento; mas o que aborrece a repreensão é insensato.
    Provérbios 12:1,

    Quem acolhe a disciplina mostra o caminho da vida, mas quem ignora a repreensão desencaminha outros.Provérbios - 10:17

    O filho sábio acolhe a instrução do pai, mas o zombador não ouve a repreensão.Provérbios - 13:1

    Ouve o conselho, e recebe a correção, para que no fim sejas sábio. Provérbios 19.20. Vejo que você conhece um pouco da palavra, medite na história de Moisés e de seu sucessor. Josué e vais entender. espero ter te ajudado.

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  2. Gostaria de te conhecer melhor e poder de ajudar, frente à frente se você me permitir. Você está perdido cara, não se perca, volte onde voce caiu e seja um verdadeiro cristão, Deus quer te usar muito basta vc querer.

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  3. CARISSIMO ESSE TEXTO NÃO É MEU, É DE UM PASTOR DESCONHECIDO, PORÉM SUA ARGUMENTAÇÃO É BEM VERDADEIRA.
    A IGREJA NO GERAL, ESTA PASSANDO POR UMA CRISE, MUITOS ESTÃO SE VOLTANDO PARA DOUTRINAS ALIENIGENAS A PALAVRA DE DEUS.
    E QUANDO POSTO ESSES TEXTOS É POR VER QUE OS ERROS PRECISAM SER COMBATIDOS, POR VER QUE ALMAS ESTÃO SE PERDENDO E QUE NÓS PODEMOS FAZER ALGO PARA MUDAR ESSE QUADRO.

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  4. ps: meu e-mail é ministro.virtual@gmail.com, se quiser conversar pelo g talk,
    meu fone é 91933814 sou de Sobradinho df,e sera um praser falar contigo.
    SOLI DEO GLORIA!

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