sábado, 11 de agosto de 2012

Servo e Filho: Pastores em Crise.


Dês de 1997 quando comecei meus estudos teológicos no Seminário Batista do Sul ouço a respeito das crises no ministério pastoral. Essas ainda começam no tempo de seminarista quando novos pensamentos confrontam a nossa fé. Seria necessária essa “crise”? A palavra crise é definida como manifestação subita, inicial ou não, de uma doença física ou mental, deficiência ou penúria segundo o dicionário. Analisando a morfologia da Palavra acho que a mesma não se enquadra a muitos momentos que vivemos no ministério pastoral. Como afirmo em um de meus artigos, questionar não é do diabo, não é uma doença. A palavra crise nos remete a algo ruim, algo ligado a doença a penúria. Os momentos que paramos para nos auto-analisar não podem ser associados a tal crise. O Espírito Santo nos levaria a uma crise? Ou Ele nos levaria a uma reestruturação? Crise nos leva ao entendimento de abatimento, reestruturação nos leva ao entendimento de simplesmente colocar as coisas no lugar.

Conversando com um grande amigo acerca do momento em que tenho vivido ele perguntou se eu estaria em crise, em tom de brincadeira afirmei: quem não está? Depois de algumas risadas parei para refletir acerca da tal palavra “crise”. Já enfrentei algumas doenças da alma, logo posso dizer que passei por algumas crises, porem hoje não, me sinto em um período de reestruturação, reafirmação do que penso, anulação e renovação de muitas coisas. O que leva as pessoas a uma crise? Doenças? Igreja Vazia? Baixa arrecadação? Problemas familiares? Abalo na fé? Traições? Creio que tudo isso pode levar um líder a uma crise. Mas quando você não sofre de nenhum desses sintomas? Simplesmente decide crescer. É ai que entra o momento da reestruturação. Conversando com meu líder essa semana falávamos justamente disso: existe uma genuína liberdade que muitos ainda não estão experimentando. Não digo de maneira alguma libertinagem, mas uma liberdade genuína. Uma liberdade santificadora. Sem reestruturação não viveremos essa liberdade. Reestruturar não nos remete a anular, destruir, abominar, mas colocar as coisas no lugar certo. A crise não é constantemente necessária a reestruturação sim.

Esse tempo de reestruturação é passageiro ou é constante? Assim como arrumamos os móveis em nossa casa e com o passar do tempo percebemos se os móveis estão nos lugares mais cômodos diante de nossos afazeres, assim é a nossa reestruturação ministerial. Mudamos e depois constatamos se tais mudanças nos levaram ao objetivo ansiado pelo nosso espírito. E assim vai. Vivemos e mudamos. Prosseguindo para o alvo. Sabendo que ainda estamos longe, porem em constante aproximação. Quem não passa por isso demonstra uma arrogância doentia e vaidade semelhante a de Lúcifer. Quem não percebe a necessidade de se reestruturar na verdade oculta sua alma preguiçosa e presunçosa.

Não anulo a necessidade da crise, mas exalto a necessidade da reestruturação, pois o que a impulsiona não é uma doença mais um desejo pelo crescimento.
 

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