Rev. Marcelo Lemos
Eu já imaginava que despertaria criticas quando escrevi o artigo “No horizonte, meteóros e uma grande tribulação...”,
afinal, aproveitei para alfinetar aquela que talvez seja a visão
escatológica mais popular em nossos dias. Mas, algumas surpresas sempre
surgem pelo caminho, e eu ainda não perdi a capacidade de surpreender-me
com algumas críticas.
Por exemplo, como eu defendo algo que chamo de “Teologia da Esperança”, ou de “Escatologia da Esperança”,
alguém fez questão de me lembrar que já critiquei o pastor-herege
Ricardo Gondim por ensinar uma versão marxista da “Teologia da
Esperança”, baseada na Utopia de Moltmann. Como se eu tivesse mudado de
lado. Ou então, estivesse sendo contraditório. O problema é que a
“Esperança” do herege Gondim não é a mesma “Esperança” que eu tenho, e
que a Igreja tem. Um leitor atento perceberia isso, mas não o meu
critico. Observem, no artigo no qual critico a heresia de Gondim,
escrevi: “Caro Gondim, ter esperança no homem não é ter esperança, é antes desesperança. E não tentem me iludir sobre isso. A verdadeira Teologia
da Esperança, e sua Escatologia, também acreditam no Reino de Deus aqui
e agora, e militam numa Igreja messiânica, agente de Deus no mundo;
porém, não edifica seu castelo sobre uma Utopia, mas na Rocha, que é
Cristo”[Ricardo Gondim e a escatologia da esperança]. O analista esqueceu de ler essa parte? É o que parece.
A 'minha' Teologia da Esperança nada mais é que o Pós-Milenismo, ou Dominismo, como prefem alguns. Para desespero de muitos outros, especialmente dos laicistas, a chamaria ainda de Teonomia... Trata-se
de uma esperança na vitória do Evangelho, que converterá as nações a
Cristo (o que já aconteceu algumas vezes, aliás), tornando visivel o
Reino de Cristo. Não tem a ver com política, luta de classes, marxismo,
liberalismo teológico... Tem a ver com evangelismo, conversão e
avivamento. Mesmo os Teonomistas fazem questão de afirmar que tal conversão não se dará por medidas políticas, mas pelo agir livre e soberando do Espírito Santo.
Tentar analisar a 'minha' Esperança tomando por base a 'esperança' de Ricardo Gondim, é coisa temerária.
Outro
analista me acusou de negar a Volta de Cristo, uma vez que, segundo sua
interpretação, minha escatológica transforma a Segunda Vinda em “apenas
um mito com função de manter os cristãos [sob controle]”, e ainda faz
da Ceia do Senhor coisa “vazia, longinqua, quase um negócio de marketing
político... só pra manter a motivação”.
Felizmente, esse crítico não sabe do que fala, e desconhece
completamente a Escatógia Reformada, e a minha teológia pessoal,
inclusive. Felizmente, ele leu grego e entendeu hindu, mas faltou-lhe o dom de interpretação de línguas...
Eu convido esse irmão em Cristo, e qualquer outro, a vir cultuar conosco na Comunidade Anglicana Carisma, em São Paulo – nosso site aqui -, e recitar conosco a fé cristã expressa no Credo Apostólico, que assim oramos:
“Creio em Deus Pai, Todo Poderoso, criador dos céus e da terra;
Creio
em Jesus Cristo, seu único Filho, nosso Senhor, o qual foi concebido
por obra do Espírito Santo; nasceu da Virgem Maria; padeceu sob o poder
de Pôncio Pilatos, foi crucifiado, morto e sepultado; ressurgiu dos
mortos ao terceiro dia; subiu ao Ceu; está assentado à direita de Deus
Pai Todo-Poderoso, donde há de vir para julgar os vivos e os mortos.
Creio no Espírito Santo; na Santa Igreja Católica; na comunhão dos santos; na remissão dos pecados; na ressurreição do corpor; na vida eterna. Amém”.
Mas,
acreditar que a Igreja podera reviver Calcedônia é, para alguns, ao que
parece, sinônimo de negar a Vinda de Cristo! Qual a lógica de tal
conclusão? Em que momento esperar um grande avivamento espiritual sobre a
humanidade implica na negação do Segundo Advento?
Além
disso, ao contrário do que diz o comentarista, a nossa Ceia não é mera
peça de propaganda. Na verdade, como sou reformado, a Ceia do Senhor não
é apenas um “simbolo” (como a maioria dos dispensacionalistas entende),
mas também um Sacramento, um meio da Graça. E não apenas isso, a
Liturgia da Igreja é, como escrevi em Atos Proféticos e Feitiçaria Gospel, “uma atencipação escatológica”,
e não uma mera reunião social de crentes. No culto, nós vivemos hoje a
liturgia que celebraremos na Eternidade. O culto celestial é o nosso
modelo, por isso nossa Liturgia é bem mais rica que a encotrada na
Liturgia da maioria das comunidades evangelicais. Mas, o critício não
sabe disso, e nem imagina isso, pois para ele eu cometo a “heresia” de
esperar um grande avivamento sobre o mundo...
Tenho esperança. E você?
Bem, para começar é preciso esclarecer um ponto: não me refiro a Esperança final da
Igreja. Apenas hereges como Ricardo Gondim questionam essa Esperança.
Minha pergunta se refere a expectativa por um tempo onde Cristo será,
pelo Espírito Santo, entronizado no coração dos homens, trazendo sobre o
mundo transformações políticas, econômicas e morais. Parece que essa é a
terrível “heresia” da qual estou sendo acusado!
a)
Nós, Pós-milenistas, ensinamos que através do Evangelho, a pregação da
Palavra influênciará toda a humanidade, trazendo coversão e avivamento
mundial. Quando isso acontece em uma cidade, um Estado, um País, ou um
continente, o resultado natural é maior paz, prosperidade e até mesmo
saúde... Isso, caros irmãos, é considerado heresia? Interessante
observar que muitos cristãos esperam muitas dessas coisas, mas confiam
que podem tê-las através do voto, por exemplo. O “deus” do mundo moderno
é o Estado, o meu é exclusivamente Cristo! Todo e qualquer bem sempre
virá unicamente através de Cristo.
b)
Nós, Pós-milenistas, negamos, por conseguinte, que o mundo possa ser
transformado por reengenharia social como pretendiam os marxistas ontem,
e é desejado pelos “planejadores” de hoje, ou socialistas, dentre
outros. Acreditamos, contudo, que sociedade pode ser transformada se o
Espírito trouxer sobre ela avivamento, e isso fará do Cristianismo não
apenas a religião mais popular, mas uma fé efetivamente vivida! Isso,
caros irmãos, é considerado heresia?
Sim, tenho esperança. E posso explicar!
Admito que quando eu era dispensacionalista cultivava uma visão bem pessimista a respeito do futuro da Igreja no mundo.
Tudo iria de mal a pior, e restava-nos apenas esperar o “grande
sequestro” (rapto) que nos livraria de destino tão deprimente. Como
explicar minha mudança de opinião?
Basicamente,
compreendi como é a descrição bíblia a respeito da instauração do Reino
de Cristo no mundo. Vamos a algumas passagens bíblicas, e depois
comento.
“Porque
um menino nos nasceu, um filho se nos deu; e o governo estará sobre os
seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai
da Eternidade, Principe da Paz. Do aumento do seu governo e da paz não
haverá fim, sobre o trono de Davi e no seu reino, para o estabelecer e
fortificar em retidão e em justiça, desde agora e para sempre; o zelo do
Senhor o fará isso” (Isaías 9.5,6).
“Propôs-lhes
uma parábola, dizendo: O Reino dos Céus é semelhante a uma grão de
mostarda que um homem tomou, e semeou em seu campo; o qual é realmente a
menor de todas as sementes; mas, depois de ter crescido, é a maior das
hortaliças, e faz-se árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se
aninham nos seus ramos... o Reino dos Céus é semelhante ao fermento que
uma mulher tomou e misturou com três medidas de farinha, até ficar tudo
levedado” (S. Mateus 13. 31-33).
Esses
textos mudaram minha compreensão da vinda do Reino. Eu o tinha como um
evento catastrófico: Cristo vindo nas nuvens dos céus, num evento
cósmico, com terremotos e trovoadas, para inaugurar seu reinado de mil
anos... Contudo, essas passagem me falam de algo muito mais modesto, no
entanto, incrivelmente mais poderoso: um menino, uma semente, e uma
pitada de fermento. O Reino nos é apresentado como um processo
histórico, de crescimento contínuo, as vezes lento e impercepitivel,
porém inevitável.
“.. um
menino nos nasceu... o governo está sobre seus ombros... do aumento do
seu governo e da paz não haverá fim...” “... um grão de mostarda... a
menor de todas as sementes; mas depois de ter crescido, é a maior das
hortaliças, e faz-se árvore, de sorte que vêm as aves do céu, e se
aninham em seus ramos”. É a isso que chamos de “Escatologia da
Esperança”. Temos fé que veremos as “aves do céu” se aninhando nas
verdes folhas do Evangelho!
Oh,
gloriosa esperança! A verdadeira religião tocará o mundo inteiro,
“desde o nascente até o poente” (Malaquias 1.11). Como é dito no Salmo
22.27, “todos os confins” da terra se renderão ao Senhor, e então “a
terra se encherá do conhecimento do Senhor, como as águas cobrem o mar”
(Isaías 1.9), e por mais que isso possa chocar até os cristãos de nossos
dias, será a Lei do Senhor que instruirá os povos e as nações, segundo a
profecia de Isaías 2.2-4. Quão gloriosa a declaração do de Hebreus
10.12-13 sobre esses eventos: “Mas, este, havendo oferecido para sempre
um único sacrificio pelos pecados, está assentado à destra de Deus,
daqui em diante esperando até que seus inimigos sejam postos por
escabelo de seus pés”! Aleluia! Maranata! Vem Senhor Jesus!
Não
espero que todos aceitem o que digo, ou que abandonem as ilusões
cinematográficas quando ao “fim do mundo” e o “amargedom”. Mas, acho que
este texto servirá para responder as acusações infundadas contra a
escatólogia reformada... E quem sabe, possa ajudar aqueles que estão
nessa etapa de sua jornada teológica, a Escatologia. Ter esperança aqui e
agora em nada afeta nossa crença da fé cristã: Cristo virá outra vez
aqui!
Vei deixa eu te perguntar algo: Tu é católico é? Essa igreja apesar de se dizer evangélica é totalmente voltada ao catolicismo. Você sabia disso? Ela tem dois segmentos e um é pura maquiação? Você é de lá? Onde você congrega?
ResponderExcluirNão existem muitas igrejas dentro da Comunhão anglicana que se intitulam Anglo católicas, ou seja são católicas porém fora de Roma mas a Igreja Anglicana Reformada é talvez a igreja que mais se aproxima das idéias dos nossos reformadores, se vc estudar os seus documentos voce verá que ela defende as idéias da reforma, sua principal diferença com relação as igrejas evangelicas seria a roupa( Lembrando que a camisa clerical foi criada por pastores e imitada pelos católicos) e claro o fato de ser uma igreja tradicional sem cai cai e sem outras coisas que nós bem conhecemos.
ResponderExcluirHá eu estou sem igreja por enquanto, estou a procura de uma igreja.
ResponderExcluirse quiser conversar meu email é ministro.virtual@gmail.com, será um prazer falar contigo.