terça-feira, 28 de dezembro de 2010

SIMONIA

Simonia é a venda de "favores divinos", bençãos, cargos eclesiásticos, promessa de prosperidade material, bens espirituais, coisas sagradas, etc. em troca de dinheiro. A etimologia da palavra provém de Simão Mago, personagem referido nos Atos dos Apóstolos (8, 18-19), que procurou comprar de São Pedro o poder de transmitir pela imposição das mãos o Espírito Santo ou de efetuar milagres.

O Direito Canônico também estipula como simonia atos que não envolvem a compra de cargos, mas a transação de autoridade espiritual, como dinheiro para confissões ou a venda de absolvições.

A prática da simonia no final da Idade Média provocou sérios problemas à postura moral da Igreja. O poeta Dante Alighieri condena os simonistas ao oitavo círculo do inferno, onde encontra o Papa Nicolau III enterrado de cabeça para baixo, com as solas dos pés em chama. O exemplo de Nicolau III serve como aviso e previsão aos Papas Bonifácio VIII, o Papa contemporâneo à "Divina Comédia", e Clemente V, seu sucessor, pela prática de tal pecado. Escritores menos devotos, como Maquiavel e Erasmo de Roterdã, também condenaram a simonia séculos mais tarde.

A prática de simonia foi uma das razões que levou Martinho Lutero a escrever as suas "95 teses" e a revelar-se contra a autoridade de Roma.

A Igreja da Inglaterra também viu-se envolvida com a prática de simonia após ter-se separado da Igreja Católica.

Atualmente a prática da simonia é muito freqüente nos meios Pentecostais e neo-Pentecostais através da propagação da Teologia da Prosperidade.

Nenhum comentário:

Postar um comentário